Joice Ivo | Psicologa

O que ninguém te conta sobre imigração

Chegando “lá” você vai se deparar com o (inevitável) choque cultural e ele tem consequências que podem até prejudicar a sua saúde.

Não era como eu imaginava é a resposta mais comum de brasileiros que desistem do sonho de morar no exterior e regressam para o Brasil. A nossa imaginação de como será aquele país a partir do que ouvimos falar e pesquisamos se une à nossa expectativa de como deverá ser a “vida melhor” que queremos construir, resultando muitas vezes em uma fantasia que só existe na nossa cabeça.

Ao chegar, o contato com a realidade vai aos poucos mostrando que as coisas são bem diferentes do que foi imaginado então vão surgindo as primeiras frustrações e com elas, sentimentos como raiva, medo, tristeza, solidão. A partir daí surgem também dúvidas e comparações que acabam por dificultar a adaptação.

Mudar de casa, carro, caminho, trabalho, escola, alimentação, amigos… Absolutamente tudo é novo! O que você vê, o que você ouve, os sabores, o clima, o idioma, os hábitos… Dá pra imaginar o tanto de estímulos novos que o seu cérebro tem que assimilar?

Além de todas essas novidades, ainda é preciso lidar com o fato de que os velhos hábitos e maneiras de fazer até mesmo as coisas simples do dia a dia já não existem mais, isso sem falar na saudade das pessoas queridas.

As pessoas buscam sempre orientação sobre as questões burocráticas e práticas e se esquecem dos desafios que enfrentarão do ponto de vista emocional. O máximo que a maioria consegue identificar é que sentirá saudade e que se sente ansioso quando pensa na “nova vida”.

Mas com tantas mudanças e lutos, a instabilidade emocional e o stress certamente vêm também e não há nada de errado nisso. Essa é a maneira saudável de passar pela experiência migratória, mas não é por isso que podemos ignorar as emoções e sinais que o choque cultural desperta, porque se não forem bem cuidados, aí sim podem acarretar problemas de saúde como: distúrbios do sono e/ou de alimentação, gastrite, ansiedade, síndrome do pânico, depressão, alcoolismo, dependência química, stress grave ou a síndrome de Ulisses, também chamada de Síndrome do Imigrante com Estresse Crônico e Múltiplo, entre outras.

É preciso se preparar para enfrentar também os desafios emocionais que a experiência de migração gera.

Se você é ansioso, estressado, inseguro, tem tendência a pensamentos e comportamentos depressivos, tem dificuldades com mudanças, ou por alguma razão ainda tem dúvida se deve migrar, um profissional de psicologia pode te auxiliar.

Uma psicóloga pode te ajudar a entender melhor se processo de migração é ou não para você e para sua família, te ajudar a escolher o melhor destino (que se encaixe às suas necessidades) e também te ajudar a se adaptar de maneira eficaz sem preocupações.

Então não idealize, certifique-se!

Tire dúvidas, pesquise, leia, pergunte, verifique, não fique apenas nas suas expectativas fantasiosas. Procure entender como é a realidade cultural, climática e social do lugar onde você escolheu para construir a sua nova vida, busque estratégias para manter sua saúde mental em dia, faça planos realistas, e boa sorte!

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